segunda-feira, 5 de junho de 2017

QUESTIONÁRIO DO DIA 05 DE JUNHO

1. Identificar o período cronológico do auge do Feudalismo:

O auge do feudalismo ocorreu no período medieval entre os séculos IX e X.

2. Quais heranças romanas e germânicas que influenciaram o feudalismo?

Romanas: O Colonato, arrendamento de terra; o Precarium, permissão para ficar na terra em troca de compensações e a Clientela, dependência dos patrícios.
Germânicas: O Benefícium, terras cedidas como recompensa; as Imunidades, isenção de benefícios e o Comitatus, apoio militar.

3. Identifique os grupos sociais presentes na Europa feudal:


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O clero, a nobreza e os servos.

4. É correto associar o período medieval europeu a um período de trevas?

De forma alguma. O período medieval europeu vivenciou uma série de transformações e teve, em seu contexto o despertar para a arte, as ciências e cultura em geral. Embora seja criticado pela força da Igreja na mentalidade europeia do período, a própria igreja promoveu situações que fez despertar as artes e as ciências como as Iluminuras, nas universidades, catedrais e mosteiros foram importantes centros de produção e preservação cultural do período o que torna, chamar a Idade Média de Idade das Trevas uma inverdade.

5. Como estava classicamente dividido um feudo?


Um feudo poderia ser dividido dessa forma: Manso Senhorial, terras de uso exclusivo do senhor feudal; Manso Servil, terras destinadas ao uso por parte dos servos e o Manso Comunal ou Terras Comunais, território onde todos poderiam explorar, com benefícios maiores aos senhores feudais (claro).

6. Explique as relações de suserania e vassalagem:

Foi uma relação estabelecida exclusivamente entre os grupos superiores (clero e nobreza) onde o suserano doava terras (ou outro benefício) a outro nobre, que se tornava seu vassalo. Este vassalo poderia doar terras para outro nobre o que o tornaria vassalo do vassalo e assim, sucessivamente.

7. Quais os impostos e obrigações tinham os servos para com os seus senhores?

O feudalismo não seguiu uma única linha ao longo do tempo na Europa, muitas regiões adotavam formatos diferenciados, mas, basicamente, estes eram os principais impostos:

Talha 

Era uma obrigação pela qual o servo deveria passar, para o senhor feudal, metade de tudo que produzia nas terras que ocupava no feudo.

Corveia

Esta obrigação correspondia ao pagamento através de serviços prestados nas terras ou instalações do senhor feudal. De 3 a 4 dias por semana, o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como, por exemplo, fazer a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc. Podia também realizar trabalhos de plantio e colheita no manso senhorial.

Banalidades

Esta obrigação correspondia ao pagamento pela utilização das instalações do castelo. Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno, deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal.

Outras obrigações

Os servos também deviam pagar outras taxas e impostos. Havia a mão-morta, que era uma espécie de taxa que o servo devia pagar ao senhor feudal para permanecer no feudo quando o pai morria. Havia também o Tostão de Pedro (10% da produção), que o servo devia pagar à Igreja de sua região. A capitação, pagamento pelo nascimento de um filho, pagamento por cabeça; e o Formariage, pagamento de uma taxa para que o servo pudesse se casar.

8. Qual o papel da Igreja Católica na cultura medieval europeia?

A Igreja Católica exerceu grande influência na cultura medieval europeia. Ela tinha influência política, econômica, social, jurídica e estabelecia padrões de comportamento moral para a época. Sua influência estava além das fronteiras físicas pois, se dizia a defensora daquela sociedade dos ataques do diabo. O medo da morte e de uma condenação na vida após a morte (o inferno) fazia da Igreja o local de devoção, refúgio e orientação para todos. Seu poder iniciou com as conversões dos reis germânicos que dominaram a Europa e permaneceu influente em se tratando de assuntos espirituais e seculares.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

FALÁCIAS SOBRE A IDADE MÉDIA E O FEUDALISMO

Há muitos equívocos e generalizações quando falamos de um determinado período histórico, principalmente um período tão distante de nós. Quando aprendemos sobre o período medieval temos a tendência de puxar de nosso imaginário algumas cenas, visões e ideias que muitas vezes não estão de acordo com o que realmente aconteceu. Temos de tomar cuidado com essas generalizações para não cair no anacronismo. Mesmo assim, precisamos verificar o que caracteriza o período de uma maneira mais ampla e o que se tornou um estereotipagem do período.

Vamos a algumas dessas falácias:

1. Considerar a Idade Média como uma época de atraso científico e intelectual

Segundo a professora Joelza Domingues no blog Ensinar História:
Longe do que se imagina, a Idade Média criou e difundiu conhecimentos científicos e um de seus maiores legados intelectuais foram as universidades. As primeiras universidades apareceram em Bolonha (1119), em Paris (1150), em Oxford (1168) e em Cambridge (1209) como associações de mestres e alunos. Foram valorizadas por reis e papas e reagiram às tentativas de controle dos poderes locais. Aliás, uma herança das universidades medievais é o costume do trote aos alunos recém-ingressos, muitas vezes aplicado de forma perversa.
Universidades surgidas na Idade Média são, ainda hoje, 
importantes centros de pesquisa. 
Interior da Biblioteca Bodleian, Universidade de Oxford, Inglaterra.

A burguesia urbana (medieval), além de favorecer a expansão das atividades econômicas, estimulou a expansão da escrita, a disseminação de novas ideias contribuindo para importantes transformações culturais. 

2. Não perceber a noção de fidelidade feudal

Também de acordo com a professora Joelza Domingues, a opressão senhorial, sobre o campesinato oprimido pelas obrigações, pela fome, pela guerra e pelas doenças trata-se de uma caracterização que não dá conta da dinâmica da vida social no período medieval e que não se sustenta frente a uma simples pergunta: como as pessoas puderam viver assim durante mil anos?Ninguém reclamou? 
A sociedade medieval assentava-se nos vínculos de fidelidade. Esta noção implicava um contrato no qual existia a devoção e a proteção. Ao camponês cabia a prestação de serviço e a obediência ao senhor, e este devia proteger o servo. Esse vínculo se reproduzia entre suseranos e vassalos, entre marido e esposa, entre a Igreja e os fiéis. 
Juramento de fidelidade de Henrique III, rei da Inglaterra,
a São Luis, rei da França. Miniatura, séc. XIV.
Laços de dependência e fidelidade eram a base das representações políticas, econômicas, sociais, culturais e do cotidiano. É importante ressaltar para os alunos a inexistência de salário na Idade Média, isto é, do pagamento periódico de uma quantia de dinheiro por um serviço contratado. Este era remunerado por um benefício que acabava estabelecendo fortes vínculos de fidelidade e consolidando relações humanas ou mesmo familiares permanentes. A quebra desses laços provocava guerras que, muitas vezes, estendiam-se por gerações. Além disso, as relações pessoais fundamentadas na dependência e subordinação, impediam a afirmação de uma personalidade individual. O homem e a mulher medievais que viviam no campo desconheciam o que nós entendemos por individualidade e privacidade.